sexta-feira, 1 de junho de 2007

Sou, mas quem não o é?



Podem me chamar de saudosista que não ligo. Gosto de preservar prendas inúteis, antigas saudades... Sou mesmo, este museu ambulante de quinquilharias, ou como citam meus íntimos: casa antiga fedendo a guardados. Mas não mentem. É isso que sou!
O que fazer se nascemos assim, com mazelas estranhas e incuráveis na alma? Embora feliz com a vida que levo, confesso que nada me dá mais prazer que remexer neste meu íntimo, e tão imenso baú de lembranças vãs, somente para me deleitar com olhares e sorrisos a muito extintos... Cena que nunca deleto, é rever meu papai recostado à porta da cozinha ofegante e cansado pelo mal que o levou, cantando a inesquecível “Boemia”. De mamãe o som dos dedos em mãos delicadas de pianista relaxada, saltitarem sobre a mesa, enquanto pensava e pesava a vida que não sonhou... lembro-a às tardes, quando varria as folhas largadas ao chão de barro de nossa casa humilde no surbúrbio, onde uma canção sempre nascia. Tinha na alma um ventre parideiro de fazer poesias belas, e que nasciam assim, com tão pouco estímulo... Stela cantava com voz afinada, eu, ao coro ajustada, e teinha dedilhava o violão pra nascer bonita a nova melodia...
Nestes devaneios ainda que insano, peso da vida tudo que sei e sou, e se sei tudo de dor e saudade aprendo com estes. Sou mesmo, este velho museu ambulante!

Marisa Rosa Cabral cabral.

publicado no recanto das letras. Código do texto: 509675.

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Comentando a vida alheia...

Oi, Sou a Rosinha compartilhando a vida cheia de graça com você. Do cotidiano onde, nada me escapa. nenhum detalhe se perde através das vidraças de minha janela, e pode acreditar, tudo narrado aqui, foi vivido na íntegra, eu apenas, acrescento a cada conto uma pitada deste bom humor sagaz e imperativo que Deus me deu!(risos)

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Para Marisa Rosa Sou geminiana, sim! Sou geminiana sou, simples e complicada vaidosa e relaxada... uma mulher cheia de amor. Inconstante é-me a minha própria carne e se a timidez me persegue é ela minha indócil estrada que chega a tirar-me o fôlego. Meu choro é cheio como o mar e jorra livre como o vento e não esconde o que eu sinto quando minha face vive e expõe as faces dos meus sentimentos. Sou a chuva que busca a solidão no nostálgico das brumas a viciar-me na poesia que traço quando minha alma, o coração abraça e no peito uma mulher declama. Paulino Vergetti em 2 de Setembro de 2008 http://www.luso-poemas.net/modules/yogurt/index.php?uid=5737